
Que atire a primeira pedra aquele que nunca deu aquela corridinha para melhorar o famoso “gás” na hora da luta?
Afinal de contas crescemos assistindo os grandes lutadores como Rock Balboa e Mohammad Ali, sempre correndo como parte da preparação física.
Mas a pergunta que não quer calar: “Será mesmo que a corrida surte algum efeito para os atletas de luta?”
Se levarmos em conta a CIÊNCIA:
“O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações psicomotoras utilizados (DANTAS, 1995).”
A resposta é não!
Até porque eu nunca vi um atleta de corrida fazer luta para melhor o condicionamento da corrida.
Quando se trata de resistência cardiorrespiratória a regra é clara, devemos nos ater a especificidade da modalidade. Ou seja, se você quer ganhar gás de luta você deve lutar, se você quer ganhar gás na corrida você deve correr, se você quer ganhar gás na natação você deve nadar, e assim por diante.
Defendo que realizar o trabalho de força e potência de forma separada é muito efetivo para a melhora dessas capacidades nos esportes, porém se tratando de resistência não. Pois além de não ter uma transferência direta você ainda sobrecarrega o sistema músculo esquelético de forma desnecessária, muitas vezes piorando seu rendimento ao invés de melhora-lo.
Pra não dizer que estamos sendo muito radical, acredito que se tratando de um indivíduo sedentário e extremamente mal condicionado que inicia na luta, pode ser que a corrida melhore o gás dele. Mas não pela corrida em si, mas pelo fato de que ele tinha condicionamento nenhum.
Aí nos deparamos com outro lema da teoria do treinamento: “Quanto mais destreinado um indivíduo é, mais treinável ele é. Assim como quanto mais treinado um indivíduo é, menos treinável ele é.
Na prática seria mais ou menos assim: Chega na sua academia um aluno que nunca fez nada e decide começar a treinar. Basicamente “qualquer “coisa que você passar pra ele como treino (inclusive corrida) irá ser de grande valia na sua melhora, afinal de contas ele tem zero condicionamento.
Por outro lado, imagine que um campeão Mundial Faixa Preta chega na sua academia, faz a matrícula e pede para que você o treine e o faça melhorar. É mais fácil você piorar ele do que melhorar, pois esse indivíduo requer um trabalho muito específico e direcionado, não permitindo erros. Ou seja, você não vai colocar o cara pra correr.
Encerro com o famoso clichê: Procure sempre um profissional capacitado para auxiliá-lo!
Adriano Silva
Bacharel em Esporte USP
Especialização em Treinamento Personalizado
Faixa Preta de JJ 4Graus
Ginastica Natural Level I-II-III-IV
CREF 042134-G SP
- Post Date: 02 set, 2021